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Mostrando postagens com o rótulo Brasil

Vetinflix, a paródia cearense de “La Casa de Papel”, alça jovens da periferia a ídolos de Fortaleza

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Polegar em riste, cabelo na régua, sobrancelha riscada, bigode fininho. Um jeito de andar com uma malemolência própria, bermuda estilo surfista e chinela nos pés. Uma linguagem recheada de gírias que podem soar pouco compreensíveis nas aforas da periferia de Fortaleza . “Vai ser sal”, dizem ao se referir a algo que vai dar muito certo, que vai ser incrível. A expressão pode servir para uma entrevista marcada num conjunto habitacional “que nem CEP tem”, uma batalha de passinho ou para uma festa em tempos normais que abrace do brega-funk ao reggae e forró de favela. Este é universo do “vetim” ― o jovem da quebrada da capital cearense que vive sendo abordado pela polícia (e passando pelo baca ou baculejo, que é a revista policial) mais por sua aparência do que por qualquer suspeita efetiva. “ Pirangueiro é como as pessoas veem a gente, é aquele que faz coisa errada, que rouba nas áreas. O vetim é o que a gente é. Vem de pivete (pivetinho, pivetim, vetim ), daquele que está só fazend

A encíclica “laica” do papa Francisco

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Papa Francisco conduz sua oração do Angelus dominical da janela de seu escritório com vista para a Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano. Riccardo Antimiani / EFE Antigamente os papas costumavam escrever suas encíclicas dirigidas à Igreja e sobre problemas internos do catolicismo. Hoje o papa Francisco acaba de publicar sua nova encíclica que pode ser chamada de “laica” porque ultrapassa os limites do puramente religioso para enviar uma carta ao mundo confuso de hoje, que se debate entre a modernidade raivosa das ... Faça seu login para seguir lendo Saiba que já pode ler este artigo, é grátis Obrigado por ler o EL PAÍS

Morre Zuza Homem de Mello, mestre e memória do encanto musical

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Apaixonar-se pela música brasileira é fácil, difícil é mergulhar a fundo como o jornalista e pesquisador musical Zuza Homem de Mello o fez em sua vida. Zuza fez do seu trabalho uma poesia e sua partida não poderia ter sido mais simbólica. Morreu aos 87 anos dormindo, nesta madrugada de domingo, em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Ele morreu dormindo, de infarto, após termos brindado na noite de ontem todos os projetos bem sucedidos”, escreveu em um post no Instagram sua companheira por 35 anos, Ercília Lobo, que assina o post junto com filhos e netos. Na noite anterior, Zuza celebrava a biografia de João Gilberto que havia terminado , mais uma história narrada pelo pesquisador e musicólogo, autor de livros como Copacabana, a trajetória do samba-canção (1929-1958) , A era dos festivais, uma parábola , e A Canção no Tempo , em co-autoria com o historiador Jairo Severiano, com dois volumes que perpassam a música brasileira de 1951 a 1957, e de 1958 a 1985. Nessas du

Escolha de civil para dirigir o INPE e monitorar queimadas surpreende, mas não tranquiliza cientistas

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O Governo Bolsonaro decidiu nomear o engenheiro Clezio Marcos De Nardin para a diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) , responsável pelos sistemas de monitoramento de desmatamento na Amazônia, pelos próximos quatro anos. A nomeação surpreendeu a comunidade científica, mas não a ponto de fazê-la respirar aliviada. A expectativa era que o diretor interino, o militar reformado Darcton Policarpo Damião ―à frente da entidade desde a barulhenta saída do cientista Ricardo Galvão em 2019―, assumisse definitivamente o cargo, mesmo havendo um processo de seleção formal aberto. O motivo é a cruzada que o vice-presidente general Hamilton Mourão , que lidera o plano contra a devastação ambiental no Governo, vinha empreendendo contra o INPE. A queda de braço, com o Governo negando os dados de desmatamento e focos de incêndio apontados pelo órgão, levou à saída de Ricardo Galvão em agosto do ano passado. Desde então, era Damião quem respondia pelo órgão. Em julho, o Governo

Mandetta expõe presidente difícil de moderar e um excesso de cálculo político nas decisões da pandemia

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Cerca de um mês antes de terminar a quarentena laboral que lhe foi imposta após ser demitido do Ministério da Saúde, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta publica um longo depoimento sobre os bastidores políticos dos 90 dias que liderou o combate à crise do novo coronavírus , incluindo detalhes da fritura pública que sofreu diante das divergências com o presidente Jair Bolsonaro. No livro Um paciente chamado Brasil, o ex-ministro traz uma visão interna do funcionamento do Governo Bolsonaro durante a crise. Revela um presidente difícil de ser moderado e mostra como teorias da conspiração (nessa visão, o vírus fazia parte de um plano da China para derrubar governos de direita da América Latina), cálculos eleitoreiros e conflitos com o Palácio do Planalto influenciaram as decisões políticas que culminaram na omissão federal para conter a epidemia no país ― que já soma mais de 145.000 mortos. Mandetta abre pela primeira vez os números com os quais trabalhava no início da crise: o Ministé

Márcio França: “Minha vitória em SP carimba uma derrota no Doria, que não seria mais candidato à Presidência”

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O candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, Márcio França , tenta escapar de rótulos e conflitos para angariar eleitores nas eleições municipais. Se nas eleições de 2018 França se colocou como um nome mais à esquerda do que João Doria (PSDB) e chegou a atrair o voto de parte do eleitorado petista, neste ano ele deu acenos a Jair Bolsonaro , elogiando algumas políticas do Governo Federal de olho no eleitorado conservador de São Paulo. Em entrevista ao vivo ao EL PAÍS, parte de uma série do jornal com os postulantes ao comando da maior cidade do país, França afirmou que não tem problemas em se relacionar com Bolsonaro. “Estou com preguicinha desse estilo que está na moda de ficar brigando com um e outro, porque respeito o processo eleitoral. O presidente goste ou não é o Bolsonaro”, afirmou nesta sexta-feira. O candidato disse, no entanto, que não tem afinidade com o presidente e que, se eleito, manterá um diálogo institucional republicano, mas não uma aliança. Na percepção do candidat

Gils, Jobins, Buarques e Velosos... A sucessão na majestosa família da música brasileira

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Maria, Francisco, José, Isabel, João, Maíra, Martim, Heloísa. Nomes tradicionais entre tantas famílias brasileiras que, em casos excepcionais, carregam um DNA de bossa, samba, rock’n’roll, música brasileira em todas as suas vertentes. Eles cresceram cercados de instrumentos musicais e frequentaram bastidores de concertos gigantes antes mesmo de aprender a ler e a escrever. São herdeiros de outros nomes que construíram e constroem a identidade cultural de um país forjada no ritmo e no som e que, hoje, acabam emprestando uma musicalidade própria à história da MPB. “A nova música popular brasileira tem pitadas do universo pop, que nossa geração traz. E nossa contribuição para o pop é justamente resgatar elementos tradicionais”. Quem fala é José Gil, de 29 anos, filho de Gilberto Gil . Ao lado de João Gil, 27, e Francisco Gil, 25, netos do tropicalista, ele forma o trio Gilsons , que revisita a sonoridade afro-brasileira no som da percussão, do trompete e do violão. Apesar de José ser,

EL PAÍS entrevista Márcio França, candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, ao vivo nesta sexta

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O candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, Márcio França , será entrevistado ao vivo pelo EL PAÍS nesta sexta-feira, 2 de outubro, às 17h (horário de Brasília). A conversa será transmitida no site e nas páginas do jornal no Facebook e no YouTube. Nesses canais os leitores podem mandar suas perguntas em tempo real. A conversa com França faz parte de uma série multiplataforma do jornal com os concorrentes ao Executivo municipal da capital paulista . França, que é advogado de formação e já foi prefeito de São Vicente e deputado federal, assumiu o Governo de São Paulo em 2018, quando o cabeça de sua chapa, Geraldo Alckmin (PSDB), deixou o Palácio dos Bandeirantes para disputar —e perder— a presidência. Posteriormente ele foi derrotado por João Doria (PSDB) quando buscou se firmar no Executivo estadual. Se nas eleições de 2018 França se colocou como um nome mais à esquerda do que Doria, e chegou a atrair o voto de parte do eleitorado petista, desde agosto deste ano ele fez uma série de

De “gripezinha” a banho de ervas, os governantes que enfrentam o coronavírus rodeados de polêmica

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O anúncio do diagnóstico de covid-19 de Donald e Melania Trump ocorre apenas dois meses depois de o presidente norte-americano declarar que o vírus sumiria sozinho, apesar do avanço dos contágios no seu país. “Um dia, como por milagre, vai desaparecer”, afirmou. Assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro , Trump se contagiou com uma doença que vinha minimizando desde fevereiro. Outro dirigente afetado foi o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, que tinha aconselhado beber vodca, jogar hóquei, ir à sauna e cultivar lavouras com um trator como receitas para combater a covid-19 . Não usar máscara ou tentar alcançar a chamada imunidade de rebanho, como propôs o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson , são algumas das principais medidas que cercaram os líderes mais polêmicos na luta contra o coronavírus. Embora o tempo tenha revelado a real gravidade da covid-19, alguns dirigentes continuam minimizando o vírus e propondo soluções polêmicas: Mais informações Donald T

Por que eu amo o EL PAÍS. Meus 44 anos escrevendo para este jornal

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Mais informações Desde que comecei a trabalhar no EL PAÍS , faz agora 44 anos, nunca o deixei. Minha primeira crônica como correspondente , então na Itália, foi em 16 de março de 1976, sobre o sequestro pelas Brigadas Vermelhas do então primeiro-ministro Aldo Moro, da Democracia Cristã. Desde então, escrevi cerca de 30.000 artigos para o jornal e cobri 120 viagens internacionais como enviado especial acompanhando os papas Paulo VI e João Paulo II ao redor do mundo. Era a primeira vez que trabalhava para um jornal com total liberdade de imprensa. Antes, o fizera no vespertino Pueblo de Madrid , nos tempos da ditadura de Francisco Franco , quando o jornal passava diariamente pela humilhação da censura fascista. Meu editor-chefe era então Juan Luis Cebrián , com 19 anos, e que acabaria sendo o primeiro diretor do EL PAÍS. Comecei a trabalhar no jornal quando se chamava El País de Madrid , que chegou a ter mais de um milhão de leitores diários. Hoje, o EL PAÍS poderia ser chamado de o j